Rabat foi, de fato, a primeira cidade que visitamos no Marrocos. Nossa chegada no país foi turbulenta, devido ao significante atraso na travessia de barco que fizemos do sul da Espanha até o Porto de Tanger Med, no norte do Marrocos.
Chegamos no país durante a madrugada e, assim que fomos liberados pela Polícia Aduaneira, paramos o Mochileiro no próprio estacionamento do porto para passar a noite.
Na manhã seguinte, acordamos cedo e dirigimos rumo à capital. Uma névoa que vinha do mar encobria praticamente toda a paisagem ao redor da estrada. Mas mesmo assim dava para perceber que o mundo ali era outro, a Europa tinha ficado para trás.
Cruzamos por muitas fazendas com estufas improvisadas e por uma cidade que parecia ter saído de uma guerra, até chegarmos em Rabat. A primeira impressão da capital foi de supresa. Entramos na cidade por um moderno bairro, com avenidas e ruas largas, cheias mansões e até mesmo shopping centers.
Apesar de termos nos surpreendido bastante com a parte mais nova da cidade, o nosso objetivo na capital era conhecer o bairro histórico, também conhecido como Medina de Rabat.
Já havíamos pesquisado antes que as medinas são as partes antigas das cidades árabes, construídas dentro de uma muralha que contorna toda a região. Mas, na prática, percebemos que são emaranhados de ruelas e becos que formam um verdadeiro labirinto.
Ao cruzar por um dos gigantescos portais da Medina de Rabat, fomos conduzidos para um mundo completamente diferente, com uma cultura autêntica e pujante.
Lojas de todos os tipos de especiarias, tapetes, panos, objetos de decoração, sapatos coloridos, bancadas de doces cobertos por moscas a perder de vista.
O movimento era de pessoas locais e pouquíssimos turistas. Esta autenticidade da vida local nos deixou ainda mais fascinados! Cruzamos a medina quase por inteiro e chegamos a nos perder em seu interior, passando por ruelas com casas muito simples e becos sem saída.
O ponto alto, porém, foi o almoço no tradicional restaurante Dar Naji. A entrada do restaurante fica do outro lado da rua das muralhas da medina. A decoração é super tradicional e tivemos a oportunidade de provar um delicioso Tagine.
Na medina, visitamos também a histórica região de Kasbah des Oudaias, que se localiza na parte costeira do bairro histórico. Nesta região, as casas, o chão, as ruelas são todas pintadas de azul claro, deixando o ambiente ainda mais incrível. A área também é cheia de pequenos restaurantes e lojas de artesanato.
Em nosso segundo dia em Rabat fomos conhecer a histórica Torre Hassan, que além de ser uma linda construção em arquitetura árabe, possui também uma história muito interessante.
A Torre Hassan começou a ser construída pelo Califa ou Rei Almançor no século XII. O objetivo era erguer a maior mesquita do mundo na época. A obra, porém, foi interrompida após a morte do Califa e a torre ficou para sempre inacabada.
A viagem pelo Marrocos começou de forma fantástica e já começamos a viagem no país maravilhados por sua riqueza cultural, histórica e religiosa.