Lüneburg, a cidade mais especial da Alemanha

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Igreja de St. Nicholas

No mesmo dia em que buscamos o Mochileiro na Holanda, após passarmos mais de dois meses esperando o navio que o trouxe do Canadá chegar na Europa, seguimos em direção à Alemanha.

Os planos para a Alemanha eram muitos, uma vez que desde que começamos a planejar o nosso roteiro da Volta ao Mundo pensávamos em como seria conhecer este país que combina perfeitamente história, cidades charmosas e paisagens naturais.

Já tínhamos lugar certo para ficar, pois uma amiga e seguidora do Terra Adentro, a Monique, nos convidou para passarmos alguns dias com ela em Lüneburg, uma simpática cidadezinha ao norte do país.

Lüneburg, nossa primeira parada na Alemanha

Nossos primeiros quilômetros com o Mochileiro na Europa foram emocionantes. Neste momento, nos demos conta de quão longe estávamos de casa. Por mais que já havíamos chegamos até o Alasca com ele, viajar em um novo e, totalmente desconhecido continente, era diferente e muito marcante.

Moinhos de vento e muitas fazendas depois, cruzamos a fronteira para a Alemanha. Era a primeira vez na viagem que cruzamos de um país para o outro sem termos que enfrentar as burocracias de uma fronteira. A Europa já dava sinais que nossa vida seria muito menos complicada por aqui.

Chegamos em Lüneburg bem na hora do pôr do sol, quando o céu alaranjado deixava o cenário ainda mais perfeito. A simetria das ruas, a arquitetura das casas e o clima tranquilo fazia parte da paisagem que encontramos por lá.

Um pouco da Arquitetura de Lüneburg.

A Monique já nos esperava na sacada do apartamento, acenando e nos dando as boas-vindas. Ela preparou até mesmo um jantar delicioso para nos receber. Pouco havíamos conversado com ela até então e, mesmo assim, ela estava nos tratando como se fôssemos da família.

Passamos a noite conversando sobre viagens, as nossas e as dela. A Monique já visitou mais de 86 países, muitos deles quando ainda trabalhava em um cruzeiro de turismo. Histórias de marinheira era o que não faltava para esta brasileira, que se tornou uma grande amiga nossa.

Nos dias que se passaram, a Monique nos levou para conhecer a cidade e um grupo de brasileiras que mora nesta região da Alemanha. Todas muito simpáticas e acolhedoras, nos ajudaram a encontrar uma oficina mecânica para fazer uma boa revisão no Mochileiro.

Como pudemos passar alguns dias vivendo como moradores da Alemanha, tivemos a oportunidade de conhecer bem a cultura e os costumes dos alemães. De início, eles pareceram muito metódicos e pouco flexíveis, uma vez que todos os mecânicos que procuramos negaram atender o Mochileiro, alegando que a agenda estava cheia por, no mínimo, um mês.

Para nossa sorte, o Hagen, marido da brasileira Solange, tinha um amigo de infância que era mecânico e aceitou fazer a revisão no carro.

Enquanto o Mochileiro estava na oficina, a Monique nos levava a cada dia para conhecer um cantinho especial de Lüneburg. A região é muito charmosa e recebe milhares de turistas alemães, que na cidade encontram os cenários de gravação de uma das novelas mais famosas da Alemanha: a Rote Rosen, ou Rosas Vermelhas.

Além da Monique, a Solange, que já mora há mais de 20 anos no país, foi uma verdadeira professora de história, contando cada detalhe de Lüneburg para nós.

A “Torre Torta” da igreja Johannis, Lüneburg

Na rua principal, visitamos a Igreja Johannis. A Solange nos chamou a atenção para o fato de que a torre da Igreja é levemente inclinada, ou seja, um pouco torta. Segundo reza a lenda, o engenheiro que finalizou a construção da Igreja, em 1470, ao perceber que a torre estava levemente torta, subiu ao alto da mesma e de lá se jogou, tamanha a desonra que sentiu. Verdade ou não, a Igreja Johannis não deixa de ser um cartão-postal da cidade e um cenário icônico do norte da Alemanha.

Fomos conhecer também a belíssima Igreja Luterana de St. Nicholas, construída entre 1407 e 1440, a famosa rua onde o compositor Johann Sebastian Bach morou, as vielas medievais e as lojas de doce da cidade, produtoras das peculiares balas de Lakritz (alcaçuz).

Como o Mochileiro acabou atrasando na oficina, a casa da Monique serviu como base para conhecermos todo o norte da Alemanha. Passamos semanas viajando de trem pra lá e pra cá, conhecendo de Berlim a Hamburgo, com nossa nova amiga.

Nossos momentos em Lüneburg foram, sem dúvida, marcantes! Há muito tempo não sentíamos esse calor brasileiro das queridas amigas que vivem ali, mesmo estando tão longe do Brasil.

Um obrigado especial à querida Monique, Solange, Rita e Débora, que foram uma verdadeira família para nós quando estávamos nos preparando para começar a nossa jornada com o Mochileiro pela Europa!

Hora de nos despedirmos e seguirmos em frente, pois ainda havia muito para conhecermos na Alemanha.

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