Pedido de propina e dor de barriga todo viajante de carro já passou.
Desta vez, o problema foi bem desagradável. Comemos em um infeliz restaurante mexicano em Lima e, na mesma noite, começamos os dois a passar mal com dor de barriga.
O negócio foi tão feio que passamos 5 dias a pão e água e não melhorávamos. Tivemos até que pagar um hotel para ficar, pois não tínhamos condições de estar dentro do Mochileiro.
Como não melhorávamos nunca e já estávamos quase há uma semana em Lima, resolvemos seguir viagem para o Norte do Peru.
Pra quê? Se dor de barriga é ruim dentro do hotel, imagina no meio de uma estrada super movimentada, sem acostamento e sem banheiro dentro do carro?! Pois é, pagamos todos os nossos pecados.
Felizmente, chegamos no Norte do país e melhoramos. E assim, seguimos viagem com uns quilinhos a menos!
Em 1989, numa viagem mochileira, tive meus pertences furtados em Juliaca. Abortei a viagem e tentei voltar “al tiro” ao Brasil. Ás 23 horas do mesmo dia do roubo, cheguei a El Alto por uma carona em um caminhão. E uma nova carona a La Paz. Madrugada em La Paz não se vê alma. Tudo fechado. Consegui pousada num hoteleco pulguento. Desde as 8 horas eu não bebia. Estava desidratado. Não havia água potável no hotel. Assim que botei os olhos numa torneira, avancei. Foi praticamente involuntário. A cada gole eu pensava em como procurar assistência médica à esperada da tal dor de barriga. Surpreendentemente nada tive, pelo menos não tive sintomas de infecção intestinal. E segui a odisseia do retorno.
De Juliaca até a Desaguadero (fronteira com Bolívia) fui abordado duas vezes por policiais corruptos. Só restava esfregar o BO do roubo nas caras deles. Fiz a mesma coisa no assalto pela polícia boliviana ao trem entre Santa Cruz de la Sierra e Chicharro (fronteira com Brasil). Todos os estrangeiros foram acuados a pagar propina sob ameaça de detenção por qualquer motivo. Extorsão oficial.
Bem, tudo isso faz parte dos riscos de viagens do tipo, e devem ser previstos no planejamento, não é?
Há momentos, e não são poucos, que dá uma vontade de jogar tudo para cima e voltar ao conforto de casa… Fuerza! Vocês estão se dando uma esplêndida oportunidade que muito poucos ousam. Interessante: enfrentar vem de “Em frente”. Então, adelante!
Sentimos também muita falta no interior do veículo de uma coleta e armazenamento sanitário (não precisa ser acento) e um dispositivo eficiente que permita lavagem corporal eficiente (também não precisa ser chuveiro).
Como viajamos durante dois meses todos os anos, de automóvel que se transforma num motorhomezinhozinho, a cada temporada vamos nos aprimorando nas práticas de convivência com a escassez de conforto. Então vamos bolando dispositivos simples e bem bolados para enfrentar essas carências. Muitas vezes dão certo e os incorporamos à rotina da viagem e até mesmo à rotina do lar fixo. Vocês devem entender o que estou dizendo, porque estão vivendo isso, e devem também bolar soluções.
E como vai a geladeira, tudo bem com ela?
E o sistema elétrico, tudo bem entre os painéis solares e a distribuição de energia?
Espero que não haja muita mão-de-obra para adaptar-se à barraca acima de um teto móvel. Já havíamos percebido que a área para a cama estava abaixo da vossa necessidade a longo prazo.
Estou prestes a desligar-me daqui e partir para a execução do meu plano de viagem de no mínimo 4 anos.
Devo sair de Recife e ir para Santa Catarina, à procura de uma conversora de veículos. Chapecó também está na rota. Como devo ter dito anteriormente a vocês, desisti de Defender e estou focado em uma Sprinter ou van pequena, um veículo que ocupe a mesma área ou menos que Defender 110, e que possua mais espaço interno. Enfim, uma caixa de sapato que caiba nos pequenos espaços urbanos do mundo.
Peço que narrem a experiência, que está por vir, da remessa do Mochileiro para o Panamá. Eu não tenho informações sobre a frequência de transportadores que tenham sistema Ro-Ro. Creio que a barraca tenha que ser retirada de cima do veículo para caber no contêiner. E que também o Ro-Ro seja menos caro que o contêiner. O Google não tem me ajudado nisso.
Tenho aprendido bastante com vossos posts, imaginando-me um terceiro passageiro com suas narrativas.
Boas viagens, Sabrina e Henrique.
Olá amigo Lourenço, tudo bem?
Ficamos muito felizes e lisonjeados sempre que compartilha conosco suas histórias e aventuras pelo mundo!
E quantas histórias e perrengues já passou em suas viagens!
Nossa geladeira está funcionando muito bem, assim como todo o sistema elétrico, que ficou perfeito! Até hoje não tivemos nenhum dia que ficamos sem energia! =)
Pode deixar que contaremos, em detalhes, todos os trâmites sobre o envio do carro de Cartagena para o Panamá, Lourenço.
Vamos nos falando e o que precisar, saiba que sempre poderá contar com os amigos que lhes escrevem!
Grande abraço,
Henrique e Sabrina.
Absolutamente normal em Lima. Não creio que foi o restaurante mas sim a água, em Lima nem no chuveiro eu abro a boca.
Fala Fred, tudo bem?
Realmente, amigo, a água de Lima é um perigo! =)
Quando fomos descobrir isto, já era tarde e já estávamos há vários dias passando mal.
Bem lembrado, nem mesmo no chuveiro podemos bobear! =)
Abraços dos amigos,
Henrique e Sabrina.