“Vejo que as planícies da Patagônia passam frequentemente na frente dos meus olhos. Sem hesitar, todos dizem que são as mais pobres e inúteis. Porque, então, estes áridos desertos ficaram gravados na minha mente?”
As palavras de Charles Darwin quando visitara as terras áridas da Península Valdés traduzem exatamente o que sentimos quando as conhecemos também. Avançando ao sul da Patagônia argentina, percebemos que o clima e a vegetação foram se tornando mais secos e desérticos. Apesar disso, a Península Valdés nos apresentou uma rica biodiversidade em um ambiente extremamente inóspito de vento, mar, aridez, muito calor ou muito frio, gerando assim grande amplitude térmica.
E foi neste ambiente hostil que observamos as mais extravagantes formas de vida e paisagens. Acampamos na cidade que é porta de entrada para a Península. Puerto Madryn possui bonitas praias de águas geladas e muito frequentadas durante o verão, principalmente por turistas argentinos. Mesmo com a temperatura do mar não sendo tão favorável, a cidade possui suas belezas por conta da orla, dos quarteirões simétricos e o contraste entre o mar e aridez. Sentimos bastante o clima seco de Puerto Madryn, mesmo com o Oceano Atlântico ao seu redor. Apesar de visitarmos a cidade no verão, pegamos, durante a noite, temperatura próxima do sete graus.
Partindo de Puerto Madryn, seguimos em direção à Península Valdés, cerca de 43 quilômetros até a entrada da reserva. A Península tem uma área aproximada de 4.000km². Suas costas incluem uma série de baias, golfos, canais e praias. A vegetação principal da reserva é de estepe com arbustos baixos e gramíneas.
A formação da Península é bem parecida com uma ilha, já que os Golfos Nuevo e San José contornam a estreita faixa de terra que a liga ao continente. O trajeto que percorremos nesta faixa de terra é muito bonito, dirigimos por uma estrada cercada pelo mar dos dois lados.
A reserva possui apenas um povoado, Puerto Pirâmides, que é o local mais procurado por quem visita a região. A Península Valdés é visitada o ano inteiro, no verão por conta dos pinguins, lobos e elefantes marinhos e, no inverno, pela aparição das baleias Orca e Franca Austral.
Para conhecermos toda a extensão da reserva, percorremos mais de 250 quilômetros em estradas de rípio, em um trajeto de mais de oito horas de estrada e paradas. A primeira foi em Punta Pirâmides, onde pudemos observar uma grande colônia de lobos marinhos de um pelo e uma linda formação rochosa na costa.
Em seguida, partimos para a Punta Norte num caminho de cerca de 80 quilômetros. Encontramos pela primeira vez elefantes marinhos, que receberam este nome por conta das trombas e do tamanho avantajado que os machos da espécie possuem. Assim como os lobos, que também estavam presentes na área, são bem preguiçosos, mas muito bonitos.
Logo após a parada em Punta Norte, fomos em direção à Punta Cantor, passando pela linda Caleta Valdés – um canal que se separa do mar por vários quilômetros, apenas por uma pequena porção de areia. O encontro do canal com o mar forma uma belíssima paisagem.
Vimos também, neste trajeto, os Pinguins de Magalhães, que ocupam as terras de Punta Cantor. A espécie é endêmica na América do Sul e é bem presente nesta região da Patagônia.
Por fim, seguimos para Punta Delgada, onde se encontra a maior colônia de elefantes marinhos da península. Neste ponto, pudemos chegar bem próximos desses simpáticos e grandes animais.
Além de toda esta fauna marinha, ao longo do trajeto na Península Valdés, avistamos inúmeros outros animais, como Guanacos, Ovelhas, roedores, Choiques e outras aves típicas da Patagônia.
Conhecer a Península Valdés é como fazer um notável passeio por um rico, diversificado e exótico ecossistema que resiste em um ambiente hostil, porém impressionante. Pensamos que visitar os animais em seu habitat natural é uma forma muito mais legal e consciente do que em zoológicos ou parques temáticos. E, assim como aconteceu com Charles Darwin, temos certeza que estas terras áridas também ficarão para sempre marcadas em nossa memória.
Estive neste lugar há uns 6 anos. Quero muito voltar na temporada de baleias!
Ótimas fotos, parabéns!
Olá Renan, tudo bem?
É um prazer receber o seu contato no Terra Adentro.
Realmente, a Península Valdez é algo indescritível, de beleza ímpar neste mundo.
Também temos vontade de voltar na temporada de baleias, pois deve ser outro cenário.
Obrigado por acompanhar o Terra Adentro.
Abraços dos amigos, Henrique e Sabrina.
Lindas fotografias!!!
Prima que legal !! Tudo lindo demaisss !!!☺️☺️☺️
Maravilhoso! Paisagens e fotos lindas!
Até agora o lugar mais maravilhoso, na minha opinião.