Corrupção no Peru

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Fomos parados sete vezes nas estradas do Peru.

Em duas destas abordagens, os oficiais nos pediram dinheiro, alegando “problemas” inexistentes ou simplesmente “inventados”. E, na maioria das paradas, ficamos muito tensos com a abordagem pouco profissional dos policiais peruanos.

A primeira vez, fomos parados próximo à cidade de Lima, na Ruta Pan-americana. Mesmo sabendo que estava tudo certo com nossos documentos e com o Mochileiro, o oficial alegou que não poderíamos dirigir no Peru com os vidros escuros.

As paradas policiais no Peru são sempre complicadas.

Tentamos de todas as formas argumentar, mas não havia jeito. Segundo ele, a multa seria de 800 soles (praticamente 800 reais) e pagaríamos quando saíssemos do país, na fronteira.

Contudo, para “resolver o problema”, poderíamos acertar com ele por 200 soles. Dissemos, então, para ele fazer a multa. Assustado, ele abaixou o pedido para 100 soles! Ainda assim, insistimos para que ele fizesse a multa e assim foi feito.

Saímos do país, cruzamos a fronteira e nenhum valor nos foi cobrado. No fundo, esta era a estratégia dele para assustar os estrangeiros e ganhar um “dinheiro fácil”.

A segunda vez foi muito complicada, principalmente por estarmos em uma região marcada pelo intenso tráfico de drogas, bem nas proximidades da fronteira do Peru com o Equador. Por aqui, todo cuidado é pouco!

Fomos parados por dois oficiais e, logo, um deles pediu para abrirmos os armários do carro. Ele começou a revirar tudo, jogar as roupas pra cima e bagunçar todo o carro e, vez ou outra, pedia uma “singela colaboração”. Falamos que não tínhamos dinheiro, pois estávamos de saída do país e, sem mais nem menos, desistiu de nós e nos deixou seguir viagem.

Ficamos muito desconfiados com a situação e com o modo agressivo que ele vasculhou o carro.

Por esse motivo, poucos metros à frente paramos o Mochileiro e reviramos todos os cantos que ele havia mexido.

Nosso maior medo, em uma situação como essa, é que o oficial possa ter implantado drogas em nosso carro. Ouvimos relatos de pessoas que foram paradas duas vezes seguidas em uma mesma estrada e, na segunda vez, encontraram drogas no carro. Uma estratégia da polícia corrupta para extorquir dinheiro do viajante.

Sendo assim, ficamos sempre muito atentos quanto a isso. Nunca deixamos qualquer pessoa sozinha no carro e, neste caso, reviramos tudo só para conferir e ver se está seguro. Felizmente, estava tudo certo e nada de anormal havia ocorrido.

Tudo conferido no Mochileiro, era hora de seguir viagem rumo ao Equador.

Na verdade, o policial tinha quebrado uma das proteções internas do vidro da Defender.

Minutos depois, na mesma estrada, uma nova parada policial. Mas, desta vez, eles não estavam interessados em nós.

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  1. Fazendo o circuito Ausangate autoguiado e sem mulas fomos estoquidos por um “proprietário” de um local remoto, alegando que deveriamos pagar 50soles por barraca. Era a ultima semana de mochilao (sem grana), estavamos cansadoa, 18h00, quase anoitecendo e muito frio. A outra opção era deixar a propriedade (que ele dizia ser imensa). O cara veio cobrar a gnt em cima de um cavalo e com vários cachorros pra intimidar.

    • Infelizmente, estas situações ainda acontecem, amigo Zamps!
      Esperamos que esta realidade mude em um futuro breve.
      Obrigado por compartilhar sua história e experiência conosco.
      Abraços dos amigos,
      Henrique e Sabrina.

  2. Denúncia para a embaixada do Peru no Brasil. 81143-brasilia,DF,70200-001
    Telefone 61-32429933
    Av.das Nações lote 43 quadra 81

  3. Isso também aconteceu conosco. Fomos parados na passagem do pedágio indo de Lima para Ica, e o guarda nos alertou sobre o farol que estava alto, que deveríamos deixar somente a lanterna ( o contrário do que havia lido nas regras de trânsito peruana). Alguns km depois fomos parados novamente. O guarda disse que estávamos acima do limite de velocidade e que deveríamos estar com o farol alto ligado e não a lanterna!!! Na hora tínhamos 37 dólares. Insistimos para ele fazer a multa, mas ele foi insistente em pedir uma colaboração! Ficamos com medo e demos os 37 dólares. Realmente, no Peru, dirigir é uma aventura.

    • Olá, querida amiga, Maíra dos Santos, tudo bem?
      É uma grande satisfação recebermos a sua mensagem no Terra Adentro, compartilhando conosco esta experiência tão complicada que viveram no Peru.
      Infelizmente, em muitos destes casos, ficamos completamente acuados, o que nos deixa em um verdadeiro beco sem saída!
      Esperamos muito que estes casos nunca mais se repitam com você e nem com nenhum dos futuros viajantes pelo Peru! 🙂
      Grande abraço dos amigos,
      Henrique e Sabrina.

  4. Vcs deveriam enviar esse relato para a embaixada do Peru no Brasil e para a embaixada brasileira em Lima.

    • Olá amigo Luis Fernando Gigena, tudo bem?
      É um imenso prazer recebermos a sua mensagem no Terra Adentro!
      E muito obrigado por esta orientação. Não tínhamos pensado nesta hipótese e vamos avaliar esta possibilidade.
      Grande abraço dos amigos,
      Henrique e Sabrina.

  5. Saímos do RJ em agosto de 2016 com nossa defender 110 e fomos até a Colômbia, retornando em dezembro. Realmente fomos parados muitas vezes no Perú por conta do insulfime do nosso carro mas tínhamos uma filmadora voltada para o vidro do motorista e eles acabavam nos liberando mas o papinho é sempre o mesmo.

    • Olá amigo Luiz Cabral, tudo bem?
      Que imensa satisfação receber a sua mensagem no Terra Adentro, compartilhando conosco estas valiosas experiências e dicas de viagem!
      Realmente, esta estratégia da câmera funciona muito bem! Depois que começamos a utilizá-la, nunca mais tivemos estes problemas com a polícia.
      Muito obrigado por enriquecer tanto a nossa troca de informações! 🙂
      Abraços dos amigos,
      Henrique e Sabrina.

    • Olá amigo Wagner, tudo bem?
      É um prazer receber a sua mensagem, compartilhando conosco e com todos os futuros viajantes as suas experiências no Peru! 🙂
      Abraços dos amigos,
      Henrique e Sabrina.

  6. Fui até Cusco e só fui parado uma única vez, o policial pediu os documentos e pediu para eu abrir a mala. O policial estava acompanhado por algum civil de algum outro órgão (era uma blitz parecida com essa da PM com o pessoal do Detran que temos aqui). Ao abrir a mala do carro, dentro havia uma mala de viagem. Nem pediu para eu abrir, já dizendo para eu ir embora. Essa foi minha única experiência com a polícia peruana. Ou seja, graças a Deus não tive problemas.

    • Olá amigo Paulo Ricardo, tudo bem?
      É um imenso prazer recebermos a sua mensagem no Terra Adentro!
      E muito obrigado por compartilhar as suas experiências conosco e com todos os futuros viajantes do Peru.
      Que bom que tudo transcorreu bem nas estradas do país! Esperamos muito que estes casos desagradáveis se tornem cada vez mais raros!
      Abraços dos amigos,
      Henrique e Sabrina.

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