Além da Serra do Corvo Branco, as montanhas catarinenses guardam uma outra joia preciosa. É a Serra do Rio do Rastro, que situa-se entre as cidades de Bom Jardim da Serra e Lauro Müller.
Assim, em nosso segundo dia em Urubici, levantamos cedo, tomamos café e pegamos a estrada. O dia estava bem ensolarado, mas com um frescor agradável que os ventos da montanha traziam. Logo chegamos em Bom Jardim da Serra, cidadezinha muito simpática no alto da Serra do Rio do Rastro. Aproveitamos para experimentar, nos quiosques à beira da estrada, as famosas maçãs produzidas localmente. Muito saborosas e frescas, acabamos não resistindo e levamos uma boa quantidade.
Cruzamos a cidade e logo algumas placas já indicavam o começo do Rio do Rastro. Do ponto mais alto da serra, se tem uma visão incrível da estrada e de suas inúmeras curvas, muitas delas em 180 graus. Segundo as contas, são exatamente 284 curvas de seu topo, em Bom Jardim da Serra, até sua parte baixa, em Lauro Müller. No mirante, você pode aproveitar para comprar algumas lembrancinhas e produtos artesanais, além de experimentar os deliciosos sucos de uva produzidos na região.
Começamos a descida e, a cada curva que se descortinava, parávamos nos acostamentos para fotografar, observar as paisagens deslumbrantes e também para esperar os caminhões realizarem as manobras. Ficamos pensando o quanto não deve ser fácil pilotar um caminhão nesta serra, já que muitos deles precisam ocupar as duas pistas para realizarem algumas curvas. Todo cuidado é pouco, já que se anda ao lado de precipícios a todo momento.
A Serra do Rio do Rastro é muito mais famosa que sua irmã na região, a Serra do Corvo Branco. Até por isto, e também por ser totalmente asfaltada, ela atrai um número muito maior de turistas e de veículos comerciais. Isto a torna, apesar de suas inúmeras curvas perigosas, uma rodovia bem movimentada para os padrões de serra. Nada que tire a sua beleza cênica, mas, para nós, a deixa um degrau atrás da Serra do Corvo Branco, um dos lugares mais lindos do Brasil.
Descemos e subimos algumas centenas de curvas, paramos algumas dezenas de vezes e nos encantamos a cada segundo. Pudemos entender de perto porque a serra atrai motociclistas e overlanders do mundo inteiro, fissurados em desbravar cada uma de suas curvas.
